domingo, 27 de fevereiro de 2011

BECO DE SÃO FRANCISCO

Topónimo anterior: Inexistente Baptizado inicialmente como Giovane di Bernardone, viu o seu nome ser alterado para Francesco Bernardone por iniciativa do pai (26.09.1181-03.10.1226).
Santo, fundador da Ordem dos Franciscanos, nasceu na cidade de Assis, Itália, numa família de comerciantes de tecidos, que lhe possibilitou uma juventude de fartura económica.
Em 1202 dá-se a guerra entre Perúsia e Assis, de que saiu vencedora a primeira. Francisco, contando então 20 anos de idade, foi preso em Perúsia durante um ano. Doente, veio a ser resgatado pelo pai, que paga a sua libertação.
Inspirado nas histórias da cavalaria medieval, decidiu integrar a cavalaria do exército da igreja, que se reunia junto à cidade de Espoleto, no ano de 1204. Doente e febril, tem uma visão, que o leva a desistir da cavalaria e a regressar à terra natal, onde foi recebido com apupos.
No ano seguinte, enquanto orava na Igreja de São Damião, que na altura se encontrava praticamente em ruínas, recebeu a mensagem divina: “Francisco, reconstrói a minha Igreja!”. Decidido a cumprir essa vontade Divina usou o dinheiro do pai para a reconstrução do templo, o que originou um conflito entre ambos, que terminou com Francisco a despir as próprias vestes e a entregá-las ao pai, dizendo: “Daqui em diante tenho somente um pai, o pai nosso do céu!”
Francisco passou, então, a reconstruir as igrejas em ruínas com o seu próprio trabalho, assentando pedras, comendo do que lhe davam na mendicidade da rua e adoptando como vestes os trapos de eremita.
Depois de reconstruir a Igreja de São Damião e restaurar a de Santa Maria dos Anjos, durante uma missa Francisco percebe que não deve possuir quaisquer bens, trocando as roupas de eremita por uma túnica simples, com uma corda amarrada à cintura e os pés descalços, iniciando a pregação nos lugares públicos de Assis.
Em 1209, reunindo 12 discípulos, formou a família dos 12 irmãos menores. Elaborando uma breve regra, foi com estes a Roma, recebendo o consentimento do Papa Inocêncio III para a fundação da sua Ordem.
Regressando a Assis, os frades construíram as suas habitações em choupanas e dividiam as actividades entre a oração, a ajuda aos pobres, os cuidados aos leprosos e pregações nas cidades; também se dedicavam às actividades missionárias, indo 2 a 2 a lugares distantes e pagãos.
Francisco de Assis assistiu ao crescimento da Ordem que fundou, vendo-a a ultrapassar fronteiras, ainda no ano de 1219 (Alemanha, Hungria, Espanha, Marrocos e França).
Nesse mesmo ano, Francisco de Assis desloca-se ao Egipto, em plena Cruzada, tendo-se encontrado com o Sultão Melek-el-Kamel. No ano seguinte, desloca-se a São João de Acre e visita a Terra Santa.
Antes de falecer, Francisco de Assis deslocou-se em pregação ao sul de Itália, Bolonha, Inglaterra, Alverne e Ancona.
Em 1224, num monte chamado Alverne, é estigmatizado com as Chagas de Cristo, que se mantiveram vivas até ao fim da sua vida, dois anos depois.
Praticamente cego e fisicamente debilitado, morre na tarde do dia 03 de Outubro de 1226, tendo sido sepultado na Igreja de São Jorge, na cidade de Assis.
Dois anos depois, Francisco de Assis é canonizado, tendo as suas relíquias sido transladadas para a nova basílica em 1230.
No Séc. XVI, foi construído na cidade de Portimão o Convento de São Francisco, actualmente em ruínas.

TOPONÍMIA:

O Beco de São Francisco localiza-se na Estrada da Rocha, na zona do Estremal (ou Estrumal), em frente do local onde antes funcionou a Fábrica de São Francisco, no bairro operário construído no início do Século XX. A Fábrica de São Francisco foi fundada por João António Júdice Fialho.
Ao longo de várias décadas a zona do Estremal sofreu de problemas com inundações.
Actualmente, este beco, que tinha o nome pintado na lateral de uma casa, encontra-se fechado com um portão, desconhecendo se se mantém público ou é propriedade privada.

LIGAÇÕES:

O Beco de São Francisco tem a sua única ligação com a Estrada da Rocha.

Inundação na Estrada da Rocha vendo-se, ao lado da casa rosa os portões do Beco de São Francisco (foto da página Costumes e Tradições de Portimão)

1 comentário:

  1. As inundações... o Arade corre ali ao lado, mas já deve ter estado bem mais perto antes das obras para a construção da Marina.

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