domingo, 27 de fevereiro de 2011

BECO DA MANJERONA

Topónimo anterior: Inexistente
Conta uma lenda que o príncipe Amáraco, filho do rei de Chipre, dedicava-se à arte de fabricar perfumes. Um dia, ele conseguiu criar uma fragrância única, surpreendentemente agradável, e ficou maravilhado com sua criação mas, ao carregar o jarro que continha este perfume, deixou-o cair ao chão e quebrar-se, perdendo o raro perfume. Profundamente entristecido, o jovem começou a definhar, até morrer. Reconhecendo a dedicação do jovem príncipe, os deuses transformaram seu corpo sem vida numa planta muito aromática: a manjerona, também conhecida como amáraco.
Originária do nordeste da África e do Oriente Médio até a Índia, a manjerona (Origanum majorana L.; Majorana hortensis M.) é uma planta herbácea da família das Labiadas - a mesma da hortelã, melissa, orégano, tomilho, alecrim e manjericão. Acredita-se que a manjerona foi introduzida no Ocidente durante a Idade Média, possivelmente pelas Cruzadas. Popularmente, a manjerona também é conhecida como manjerona-verdadeira, majerona-inglesa, flor-de-himeneu, majerona-hortensis e amáraco.
A mitologia grega faz referência à manjerona como a erva preferida de Afrodite, a deusa do amor, que a teria usado para curar as feridas de Enéias. Aliás, para o povo grego, a planta era símbolo da felicidade, tanto que era plantada na frente das casas como sinal de boas-vindas. Gregos e romanos a usavam para tecer coroas para os recém-casados e até hoje a erva é associada à felicidade conjugal. Usada na Antigüidade como afrodisíaco, também apresentava propriedades relaxantes: o poeta Virgílio destaca seus poderes para favorecer um sono repousante e tranqüilo. O responsável pelas propriedades medicinais da manjerona é seu princípio ativo, constituído por tanino e óleo essencial, que garante o efeito expectorante e digestivo. Na forma de chá, a erva pode ajudar no tratamento contra o reumatismo e todas as formas de artrite. A inalação feita com a erva ajuda a eliminar o muco nas gripes e resfriados, prevenindo sinusites. Na cosmética caseira, a planta é usada em banhos relaxantes e como tônico capilar. Na aromaterapia, sua fragrância suave e calmante aquece e reconforta, daí sua ação benéfica sobre o sistema nervoso. O óleo essencial atua positivamente no metabolismo e nos órgãos genitais.
Com tantas virtudes fitoterápicas e aromáticas, a manjerona acabou chegando à cozinha. E com boas razões, pois a erva enriquece o sabor dos alimentos e ainda estimula os processos digestivos. De odor penetrante, sabor quente e levemente picante, a manjerona pode substituir o tomilho (ou ser combinada com ele) em algumas receitas, sendo o condimento preferido para temperar assados, molhos para carnes, costeletas, etc. Nas pizzas e molhos de tomate, cumpre com louvor a função do orégano. É preciso observar, porém, que a manjerona é mais doce e perfumada que estas ervas.
Planta herbácea de caule quadrangular, um pouco lenhoso na base e flexível na parte superior, a manjerona forma pequenas touceiras de 30 a 60 cm de altura. As folhas são pequenas - medem até 2 cm de comprimento -, ovais, opostas, pecioladas, de coloração verde-acinzentada na face superior e aveludadas na face inferior. As flores, de coloração branca, violácea ou rosada, também são pequenas. As flores abertas são muito procuradas pelas abelhas e borboletas. Os botões ainda fechados guardam as flores quase escondidas por brácteas nodosas. O fruto produz sementes muito finas, semelhantes às do manjericão, mas a manjerona só gera as sementes depois que a planta atinge dois anos de vida. Aliás, algumas semelhanças entre a manjerona, o orégano e o manjericão já geraram grandes confusões. Por muitos séculos, a manjerona foi confundida com o orégano e, pelo menos em relação ao nome comum, a confusão persiste até hoje. O orégano às vezes é vulgarmente chamado "manjerona silvestre" ou "manjerona selvagem".
A manjerona pode se propagar por sementes, divisão de touceiras ou estaquia. É uma planta perene em regiões de clima quente, porém, em climas muito frios é anual por não suportar temperaturas muito baixas. A planta gosta de solos arenosos ou areno-argilosos, ricos em matéria orgânica e com boa drenagem, com pH entre 6,0 e 7,0. O clima úmido é ideal, entretanto, é preciso atenção: o solo não deve ser excessiva e constantemente molhado. As plantas que crescem e se desenvolvem em climas secos e com temperaturas elevadas adquirem um sabor mais apimentado e apresentam odor mais forte, penetrante e amargo.
Quando o objetivo do plantio for apenas as folhas, sem as flores, é recomendável retirar as pontas dos ramos que ameaçam formar os futuros órgãos florais e flores. Isso pode ser feito com o auxílio de uma tesoura ou simplesmente com os dedos Assim, as folhas se desenvolverão mais vigorosas. Já para a colheita de flores, a planta florida deve ser cortada no momento em que as primeiras flores se abrem, mas antes que os demais botões florais na mesma haste tenham se aberto completamente.
Usos:
Na Europa, o suco da manjerona já foi muito usado para lustrar móveis e tingir lãs de vermelho-púrpura. Hoje, em muitos países, indústrias especializadas utilizam a erva para aromatizar bebidas, condimentos, carnes, sopas em pó, sorvetes, balas, etc. Como relaxante, a manjerona pode ser combinada com o alecrim e a menta, no preparo de um delicioso banho calmante. O vinagre feito com a erva também pode ser misturado na água do banho ou friccionado no corpo para se recuperar do cansaço físico.
Dicas de cultivo:
Luminosidade: sol pleno, principalmente em locais de clima frio. Solo: leve e rico em matéria orgânica Adubação: recomenda-se a adubação orgânica, mas pode-se aplicar de forma moderada, fertilizantes químicos ricos em fósforo (P) e nitrogênio (N). Regas: sempre quando o solo se apresentar seco na superfície. Melhor época para o plantio: por sementes o ideal é na primavera, por estacas de galhos pode-se plantar em qualquer época do ano.
(Texto original retirado da página http://www.jardimdeflores.com.br/ERVAS/A27manjerona.htm, da autoria da jornalista e editora brasileira Rose Aielo Blanco, pela elevada qualidade do mesmo).
TOPONÍMIA:
O Beco da Manjerona localiza-se na Urbanização do Fojo, sendo uma artéria recente.
LIGAÇÕES:
O Beco da Manjerona apenas tem ligação com a Rua da Alfazema

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